Bela, Bela era assim, não acreditava no real, pois ela era quem o criava.
Acordou envolta por panos, e o pano tocava com calmaria a pele.
A cama macia, ainda guardava o calor de seu corpo, e não se sabia o que era lençol e o que sua pele, pois era porcelana em vida, ou a porcelana, ela em morte, e as flores roubavam de si os mais belos perfumes, ou, por sua graciosidade, doava as flores parte de sua beleza. E no revelar do quarto, sabia-se, apenas, que era o cobre de seu cabelo que a tornava viva.
O musgo de seus olhos penetrava para além da janela. Aquela vasta porta, que a ligava ao mundo natural.
O dia nublado (e era assim que ela gostava)
E as nuvens lhe davam bom dia, respigando o domingo sobre a terra sedenta por descanso, por água, por vida, por terra.
O vento entrava por alguma fresta, e fazia os pelos de seu corpo se levantarem, ela fechou os olhos, e lembrou que sempre pensava nele como o vento... A ele, sempre quisera perguntar, se não ter rotina poderia ser considerado uma rotina...
E a chuva a fazia se perguntar: (e dessa vez, os olhos eram oceanos).
- Será tudo real?
Mas.. Será o real, real?
Bela, Bela era assim, não acreditava no real, pois era ele quem a criava.
**Realität = realidade em alemão
Belo texto Luísa! Adorei.
ResponderExcluirE o outro blog, morreu?
Bjs
realidade e sonhos se misturam a todo o tempo. As veses criamos uma realidade que só existe nos nossos sonhos mais profundos.
ResponderExcluirbelo texto
olhos musgos, olhos oceanos, olhos sonhos...
ResponderExcluirSeus textos fazem jus ao nome do blog ^^