quinta-feira, 11 de junho de 2015
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Segredo do povo
Os cabelo cor de araracanga pendiam ao contorno do corpo ate a cintura. Airam era, em tudo, selva. Nos olhos roubava o musgo da terra, nas orelhas uma pena azul rossava os ombros largos, que dos animais fortes, seus musculos a força sugara.
Desceu o enorme barranco como a água verte na cachoeira, escondeu-se atrás de uma árvore e avistou a barraca do forasteiro.
Ja se conheciam de outros encontros, mas a passarinha nunca fora ao encontro de onde ele habitava, nunca conhecera sua toca.
Estreitou por entre a mata alta e o viu socar algo numa especie de cambuca.
"Deveria ter trazido algo" pensou, mas o pensamento fugiu com o susto
- O que faz aqui Airam?
Ela não percebera o momento no qual ele saiu de onde estava e veio ao seu encontro
- Ah! Sim... bom... Dizem que para se saber se que alguem sente prazer em sua compania é preciso ir vê-lo quando ele não espera vê-lo
- Uma visita de surpresa é isso?
- Sim
- E se a pessoa odiar surpresas?
- Que pessoa triste ela é
Desceu o enorme barranco como a água verte na cachoeira, escondeu-se atrás de uma árvore e avistou a barraca do forasteiro.
Ja se conheciam de outros encontros, mas a passarinha nunca fora ao encontro de onde ele habitava, nunca conhecera sua toca.
Estreitou por entre a mata alta e o viu socar algo numa especie de cambuca.
"Deveria ter trazido algo" pensou, mas o pensamento fugiu com o susto
- O que faz aqui Airam?
Ela não percebera o momento no qual ele saiu de onde estava e veio ao seu encontro
- Ah! Sim... bom... Dizem que para se saber se que alguem sente prazer em sua compania é preciso ir vê-lo quando ele não espera vê-lo
- Uma visita de surpresa é isso?
- Sim
- E se a pessoa odiar surpresas?
- Que pessoa triste ela é
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Primeiramente, bom dia
Entrei na van sentido rodoviária e de lá ainda pegaria outro ônibus pra ir para casa.
De dentro da van foi possível ver vários policiais caminhando na rua, de dentro da van também surgiu o comentário de uma mulher beirando seus 30 anos, gorda, de coque no cabelo, moletom apertado e calça nível cofrinho, que até pouco tempo falava alto que estava indignada com gente que maltratava animais, no entanto, agora sua indignação repousava nos homens fardados "nossa esses vermes logo cedo na rua exibindo sua roupa nova" blablabla "bando de vermes" larilarilari "vermes". Juro que nem em uma aula de ciências eu ouvi tanto a palavra verme.
Confesso que imaginei, e até desejei, que aqueles homens tivessem cara de cachorro, quem sabe a repulsa da mulher seria amenizada.
Enfim rodoviária, quem sabe eu poderia finalmente começar meu dia em paz ou com menos ódio me cercando, mas não...
Havia um homem atropelado lá, era um velho, um falou, não ele não era tão velho, disse outro, há ele tava bêbado, ele tava indo pro trabalho, na verdade ele tava voltando, demorou uma hora pro resgate chegar, ele morreu, ele ainda ta acordado, quebrou cabeçabraçopernatudo, parece que não quebrou nada, ta vomitando sangue...
Achei interessante que enquanto a ambulância não chegava os "vermes" prestavam os primeiros socorros.
Entrei no ônibus, e as especulações eram enormes, as pessoas salivavam notícias sobre pobre coitado atropelado.
Passamos por uma estação de trem abandonada, havia dois homens deitados no chão frio, sujos e inumanos, podia-se ver que à muito não tinham uma refeição decente e o cobertor fino de nada os mantinha aquecidos.
As pessoas do ônibus já haviam encerrado o assunto sobre acidente, voltaram a falar da novela, do parente folgado, e até iniciaram aquela velha competição de quem é mais doente ou tem mais dores. Algumas olharam pela janela, viram os homens e simplesmente os ignoraram. Acho que é porque não tinha sangue.
Eu? Eu engoli o choro e me perguntei "o que to fazendo aqui?"
De dentro da van foi possível ver vários policiais caminhando na rua, de dentro da van também surgiu o comentário de uma mulher beirando seus 30 anos, gorda, de coque no cabelo, moletom apertado e calça nível cofrinho, que até pouco tempo falava alto que estava indignada com gente que maltratava animais, no entanto, agora sua indignação repousava nos homens fardados "nossa esses vermes logo cedo na rua exibindo sua roupa nova" blablabla "bando de vermes" larilarilari "vermes". Juro que nem em uma aula de ciências eu ouvi tanto a palavra verme.
Confesso que imaginei, e até desejei, que aqueles homens tivessem cara de cachorro, quem sabe a repulsa da mulher seria amenizada.
Enfim rodoviária, quem sabe eu poderia finalmente começar meu dia em paz ou com menos ódio me cercando, mas não...
Havia um homem atropelado lá, era um velho, um falou, não ele não era tão velho, disse outro, há ele tava bêbado, ele tava indo pro trabalho, na verdade ele tava voltando, demorou uma hora pro resgate chegar, ele morreu, ele ainda ta acordado, quebrou cabeçabraçopernatudo, parece que não quebrou nada, ta vomitando sangue...
Achei interessante que enquanto a ambulância não chegava os "vermes" prestavam os primeiros socorros.
Entrei no ônibus, e as especulações eram enormes, as pessoas salivavam notícias sobre pobre coitado atropelado.
Passamos por uma estação de trem abandonada, havia dois homens deitados no chão frio, sujos e inumanos, podia-se ver que à muito não tinham uma refeição decente e o cobertor fino de nada os mantinha aquecidos.
As pessoas do ônibus já haviam encerrado o assunto sobre acidente, voltaram a falar da novela, do parente folgado, e até iniciaram aquela velha competição de quem é mais doente ou tem mais dores. Algumas olharam pela janela, viram os homens e simplesmente os ignoraram. Acho que é porque não tinha sangue.
Eu? Eu engoli o choro e me perguntei "o que to fazendo aqui?"
sexta-feira, 10 de abril de 2015
As vontades de Alicia
A vontade de chorar era forte.
Engoliu
Sentiu vontade de morrer
Viveu
A vontade que detinha era de sumir
Apareceu
Vontade de desistir
Lutou
Vontade de fugir
Abraçou
Vontade enorme de odiar
Amou
A vontade de perdoar era forte...
não...
Vamos falar de chuva?
Engoliu
Sentiu vontade de morrer
Viveu
A vontade que detinha era de sumir
Apareceu
Vontade de desistir
Lutou
Vontade de fugir
Abraçou
Vontade enorme de odiar
Amou
A vontade de perdoar era forte...
não...
Vamos falar de chuva?
terça-feira, 24 de março de 2015
A caixa de Alicia
Alicia estava sentada, abraçando as pernas, dentro de uma caixa
Por fora quadrada, dentro oval
Por fora branca, dentro preta
Por fora grande, dentro pequenina
Por fora cheirosa, dentro fedida
Por fora sólida, dentro vunerável
Alicia chorou
Na caixa quase afogou
Foi então que pensou
Deveras, nem seja amor
Por fora quadrada, dentro oval
Por fora branca, dentro preta
Por fora grande, dentro pequenina
Por fora cheirosa, dentro fedida
Por fora sólida, dentro vunerável
Alicia chorou
Na caixa quase afogou
Foi então que pensou
Deveras, nem seja amor
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