segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Sobre amor, gratidão e acolhimento

Cheguei na casa de meus pais em lágrimas, tremendo, com uma mala e mochila.
Minha mãe me abraçou, meu pai perguntou o que houve e eu disse "não foi nada grave, posso dormir aqui hoje?"
Minha sobrinha veio com o neném de dois anos dela me abraçar, entrei na casa deles, comemos uma pizza, bebi água babada do meu sobrinho e brinquei a noite toda com ele.
Cortei o cabelo da minha mãe e minha sobrinha, fingi cortar o do meu sobrinho porque ele quis participar.
Discuti sobre o decaimento da qualidade das séries de ficção científica com meu pai e teorias de conspiração, como as aparições recentes de possíveis ovinis.
Durante a noite, minha família e eu, fizemos piadas com manifestantes sem noção, criticamos o último jogo do Brasil, avaliamos a qualidade da pizza, colocamos mais pisca pisca na varanda (porque eles viram que um vizinho tinha aumentado a quantidade e queriam deixar a casa mais brilhante também). Descobri que esqueci de mandar feliz aniversário pro meu cunhado, mas comi o bolo que minha irmã havia feito para ele na semana passada, ainda estava muito bom.
Minha mãe arrumou um colchão pra mim no meu antigo quarto.
Nenhuma pergunta foi feita, nenhuma lágrima mais caiu enquanto estive lá.
Me curei um pouquinho, só de estar perto deles. Só que a vida adulta requer movimento, e eu fui chutada novamente para minha realidade...
No entanto, hoje quis materializar o ontem aqui, pelo menos um espectro dele.
Porque, como diria uma antiga canção, que eu cresci ouvindo nessa mesma casa que passei a pernoite "se isso não for amor, o céu não é real, não há estrelas no céu, as andorinhas não voam mais..."

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Odeio que roubem minha espontaneidade
Odeio me permitir me importar tanto com vocês
Odeio quando eu tenho certeza do que sou e me fazem duvidar da certeza que tinha
Odeio essa sina
Odeio esse gasto de energia
Odeio não me controlar
Odeio me anular
Odeio o medo que me causam
A parte de mim que roubaram
Odeio quem sou quando odeio vocês
Odeio esse não encerramento de ciclo
Odeio onde o ciclo tem afinco
Odeio não ser capaz de me mover
Odeio que me roubem de mim
Odeio a mim, por me permitir isso aqui.

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza
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