sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Flagelo


Eu não aguento mais
Cansei, sim cansei de escrever em terceira pessoa
Perdoai-me ditadura do esconda-se
Não aguento a dissimulada dor
de não saber o que fazer
não aguento mais chorar
sofrer
e não morrer
E por que não morro?
Por que?
O sangue sai
A dor esvai
E a vida, a vida permanece
e a cada luto
uma nova cicatriz
Sacrifiquei o brincar com o mar
o nadar com o ar
pra esconder o que a vida me obrigou a fazer
Cansada de espelhar
o esperado
Cansei de estar cansado
(sou mulher mas me vendo ao machismo para um rimar barato)
Me vendo também a quem quiser comprar
Mas nem me doando sei que vou ter lar
Porque não me aguento mais
Quem me dera cantar "aqui já me jaz"

domingo, 15 de dezembro de 2013

Cícero desafinado na vitrola
(Perdoai-me, foi projeção)
E que hora
pra se ouvir musica assim
a água que vertia de seu corpo lavava o chão
Sujava o pão
Chamado pé
a água que corria do chuveiro
fugia pelo boeiro
se misturava com a dor
o ego
esvaia
ia
ia
ia
Não
ela não podia junto ir
Ela ali ficava, enquanto o resto podia
sair de si
Vida desafinava na "vidrola"
E Cícero, Cícero a acalmava

(o novo álbum de Cícero Rosa Lins é lindo!)

sábado, 7 de dezembro de 2013

(RE)putAÇÃO


Sim eu me importo com o que pensam, isso não faz de mim fraca, nem uma coitada.
Sim eu me importo com o que falam, mas isso não significa que me permito ser manipulada.
Permuto com tempo e o espaço da opinião alheia
Preocupo-me com o instante que me difamam,
Ai nesse monumento
Me transformam em areia
Que esvaísse pelos dedos
Essas bocas suculosas de venenos
Babam, salivam e se engasgam com seu próprio vomito
Mas não morrem
(e é nisso que me revolto)
Resoluta, eu afirmo
Digo digo
nem resigno
Eu me importo com a minha (re) PUTA ação
Porque é na repetição do erro que o erro se torna erro
Mas não significa submissão
a sua reputação barata
imposta
ganhosa
mimosa
frouxa
forgosa
ENGANOSA
Sinto muito, mas eu nem me importo com você

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Máscara que não é máscara

De nada serve
A menina das fitas já não mais se ocultava
Quem acreditaria agora em sua mentira?
Era réu de seu próprio lamento
Bem sabia que chegaria esse momento
DE
rimar o acaso
rimar o já esperado
rimar o que antes já fora anotado
E agora ela se perguntava
De que vale a vida sem a máscara que lhe assegurava
Um lugar seguro onde ninguém notava
Um canto seu que ninguém entrava
mas assim é
sempre foi
(e que diabos de inferno vai ainda ser)
Abre-se uma vez
E logo os demônios vêm
Instalam-se como ratos de laboratórios
Digerem-se mutualmente
Parasitam a garota
Que mulher não soube ser
Nem ser serve pra ser
Foda-se ela
Foda-se tudo
e mesmo assim
Máscara que não é máscara
De nada serve
Nem pra fuder

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza
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