sexta-feira, 26 de julho de 2013

Verdade seja dita

Querido Droouni,
Hoje pela manhã ao caminhar pela aldeia observei um pequena india que atendia pelo nome de Airam. Ela chorava muito, e cantava uma canção triste, opaca.
Ousei sentar ao seu lado, e vi em suas mãos uma tinta roxa escura, mais adiante havia uma flor morta, totalmente violentada jogada no chão.
Airam pintava os cabelos negros,(eles ficaram cor de ferrugem). Eu até tive vontade de saber o porque daquele ritual, mas fiz mais do que isso,  eu me levantei e fui na beira da lagoa, lá haviam mais flores como aquela só que brancas. Arranquei uma e uma melodia começou a sair da flor, uma dor me tomou o dominio, e eu vi o quão cruel fui com a pequena flor. Comecei a chorar e a pedir perdão, Airam vendo, veio com toda sua experiência, pousou as mãos no meu ombro dizendo: agora que a machucou você deve cantar perdão, e tentar tirar dessa dor algo belo.
Comecei a cantar algo que eu mesmo fiz, e minhas lágrimas, ao tocarem as pétalas, deixaram a flor azul onírico, a pequena india me relatou que a planta só mudaria a cor se tivesse me perdoado...
(Eu pintei a borda da carta com ela, pra você ver como é lindo)
Foi entao que pintei meus emaranhados cabelos desbotados.
Agora estou aqui, olhando para o lago, e vendo que o perdão é bonito.

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E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

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